Extraído do wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina
"Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o
pseudônimo de Cora Coralina, era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães
Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacyntha Luiza do
Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do Rio Vermelho. Estima-se
que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das
primeiras edificações da antiga Vila Boa (Goiás).
Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos,
publicando-os posteriormente nos jornais da cidade de Goiânia, e nos jornais de
outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da
cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista
A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou a ser editada a 15 de julho
de 1917. Apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras
quatro séries, com a Mestra Silvina (Mestre-Escola Silvina Ermelinda Xavier de
Brito (1835 - 1920)). Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia
Goiana no Século XX" (Rio de Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66),
"a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária data de 1907,
através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Leodegária de
Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos
periódicos goianos antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua
Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta gentil das mulheres
goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade
de Bela Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906. No jornal Tribuna
Espírita - Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1905.
Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes,
Cora Coralina começa a frequentar as tertúlias do "Clube Literário
Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz
Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando
começa então a redigir para o jornal literário "A Rosa" (1907).
Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça.
Em 1911, foi para o estado de São Paulo com o advogado
Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, que exercia o cargo de Chefe de
Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do governo do presidente
Urbano Coelho de Gouvêa - 1909 - 1912, onde viveu durante 45 anos, inicialmente
no município de Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos: Paraguaçu, Eneas,
Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de
nascer. Em 1924, mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer
algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os
revolucionários de 1924 haviam parado a cidade.
Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da
rua Direita com a Praça do Patriarca. Seu filho Cantídio participou da
Revolução Constitucionalista de 1932.
Com a morte do marido, passou a vender livros.
Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a
produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para
Andradina, cidade que atualmente, mantém uma casa da cultura com seu nome, em
homenagem. Em 1956, retorna a Goiás.
Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma
profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda
do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o
pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora
não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade
em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um
LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o
disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD.
Cora Coralina faleceu em Goiânia, de pneumonia. A sua casa
na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de
vida e produção literária.
Primeiros passos literários
Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de
Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de
uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária
jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro.
Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade
e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua
produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma. Preocupada em
entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que
deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo
cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a
descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais
alta riqueza de espírito."
Foto extraída do Google.
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